Submeteu-se um
questionário à vinte e três engenheiros químicos, dos quais nove responderam ao
questionário, sendo 56 % do sexo feminino e 44 % do sexo masculino (gráfico 1)
A maioria dos
engenheiros está na faixa etária de 23 a 30 anos (78 %), 11 % estão entre 40 e
45 anos e a mesma porcentagem possui mais de 46 anos (gráfico 2).
Entre
os entrevistados, 56 % concluiu a graduação em Engenharia Química na faixa
entre um e três anos, 22 % concluíram o curso há apenas um ano e a mesma
porcentagem concluiu a graduação há mais de seis anos (gráfico 3).
O
estágio foi a forma de inserção da maioria dos entrevistados (67 %) no mercado
de trabalho (gráfico 4).
A maioria dos entrevistados recebe de cinco a
sete salários mínimos (56 %), 22 % recebem de oito a dez salários mínimos e a
mesma porcentagem recebe de cinco a sete salários mínimos, sendo que o salário
mínimo atual é de R$ 724,00 (gráfico 5).
Petroquímica
é a área de atuação da maioria dos profissionais submetidos ao questionário (44
%), sendo 11 % a porcentagem dos profissionais que atuam em cada uma das
seguintes áreas: fármacos, ambiental, alimentos e bebidas, processos
industriais (gráfico 6). A mesma porcentagem atua em laboratório de análises
minerais.
Entre
os entrevistados, 56 % trabalham no setor público (gráfico 7). A mesma
porcentagem se especializou por meio da pós-graduação, 33 % não possuem
especialização e 11 % se especializaram em refino do petróleo (gráfico 8).
A maioria dos engenheiros químicos participou de
projetos de pesquisa em seu ambiente profissional (89 %), gráfico 9, concluiu
a graduação em instituição pública (57 %), gráfico 10, e não teve oportunidade
de trabalho no exterior (67 %), gráfico 11. Dois dos entrevistados não
responderam sobre o tipo de instituição de ensino em que concluíram a
graduação.
Entre os entrevistados, 56 % consideram a
fluência em outros idiomas muito relevante na execução das atividades
profissionais, 33 % consideram relevante e apenas 11 % consideram pouco
relevante (gráfico 12).
Entre
os profissionais submetidos ao questionário, 67 % têm suas expectativas
atendidas em relação ao mercado de trabalho, 22 % não tiveram tais expectativas
atendidas e 11 % tiveram essas expectativas parcialmente atendidas (gráfico
13). 67 % dos entrevistados apresentam bom nível de satisfação com a profissão
e 33 % apresentam ótimo nível de satisfação (gráfico 14).
Elaborou-se
uma pergunta aberta, para que os entrevistados pudessem responder livremente. A
seguir, apresenta-se a pergunta e as respostas obtidas:
“Quais
características, habilidades ou competência você considera essenciais para o
sucesso profissional do engenheiro químico ?”
·
“Senso crítico, raciocínio lógico e boa comunicação para
resolver problemas no ambiente conflitante de projetos”.
·
“É
essencial que o profissional saiba ao menos uma língua estrangeira (nível
avançado), que seja dinâmico e proativo e que se
mantenha atualizado, não somente pela área em que atua, mas como todas que
abrangem a Engenharia Química”.
·
“Visão sistêmica, pensamento analítico e relacionamento
interpessoal”.
·
“O
engenheiro químico deve ser capaz de lidar com pressão, prazos e problemáticas,
muitas vezes inéditas ou consideradas difíceis. Deve ser ponderado e saber
equilibrar prioridades. Deve entender profundamente os processos que estão
envolvidos em sua atividade, porque é exatamente o conhecimento prévio de
variáveis, problemas e rotas alternativas que permite ao engenheiro tomar a
melhor decisão no momento apropriado. Por ser generalista, é interessante para
o profissional ser capaz de aprender constantemente novas áreas de conhecimento
que lhe permitam ter visão mais ampla”.
·
“Comprometimento,
trabalho em equipe, liderança, comunicação clara e objetiva, capacidade de
análise e síntese, atualização constante”.
·
“Dedicação
e comprometimento”.
·
“Bom
relacionamento com a equipe de trabalho. Atualizar-se sempre, principalmente
nas disciplinas técnicas. Ser inovador e cooperativo”.
Percebe-se que a maioria dos entrevistados
são jovens e mulheres, embora a diferença entre o sexo dos mesmos seja pequena.
A engenharia, de forma geral, é uma área majoritariamente masculina. Em 2011,
83,56 % dos indivíduos declarados engenheiros no Brasil eram do sexo masculino
(SALERNO, M. S. et al. 2013). A pesquisa de opinião contradiz essa tendência,
mas deve-se ressaltar que a mesma foi realizada com um número limitado de
profissionais e, quanto maior a quantidade de indivíduos, mais representativa é
a amostragem. Contudo, sabe-se que há um pequeno aumento do número de
profissionais de engenharia do sexo feminino desde 2005, conforme gráfico 15. Grande
parte dos engenheiros entrevistados possui, no máximo, três anos de conclusão
da graduação.
O estágio foi a forma de
inserção no mercado de trabalho para a maioria dos profissionais entrevistados,
o que revela a importância do mesmo para os estudantes de Engenharia Química.
Outro fator que merece tal importância é a alta relevância da fluência em
outros idiomas, necessária para o desenvolvimento das atividades profissionais
principalmente no Brasil, uma vez que a porcentagem de profissionais
entrevistados com possibilidade de trabalhar no exterior é minoritária. Deve-se
ressaltar, no entanto, que a maioria dos mesmos possui pouca experiência no
mercado de trabalho. Em relação ao setor de atuação profissional, o setor
público emprega a maioria dos engenheiros participantes da pesquisa, embora a
diferença entre este e o setor privado não seja discrepante.
Em relação às áreas de atuação, a
petroquímica mostrou-se dominante em relação às demais, sendo esta uma
atividade industrial voltada para a produção de petróleo e derivados. Esse fato
reflete a plena expansão do setor no Brasil. O petróleo e seus derivados são
essenciais para o desenvolvimento do país e seu desempenho no cenário econômico
mundial. Atualmente o Brasil ocupa a 16ª posição no ranking mundial quanto às
reservas de petróleo (PETROBRAS, 2014).
A realização de especialização foi opção
predominante entre os engenheiros entrevistados. Pode-se inferir que o mercado
de trabalho apresenta-se exigente em relação ao nível de qualificação
profissional, sendo apenas a graduação insuficiente para uma boa colocação
neste mercado. Pode-se inferir, ainda, que uma vez que o curso de Engenharia
Química é generalista, a atuação no mercado de trabalho requer uma
especialização adicional.
Apenas um dos nove engenheiros químicos
entrevistados não participou de um projeto de pesquisa em seu ambiente
profissional. Esses dados refletem as necessidades do mercado de trabalho
atual, em que a busca por novas tecnologias e pela melhoria das já existentes
torna-se um diferencial competitivo.
A capacidade de
inovação é, nesse contexto, motor e diferencial da economia, vetor decisivo
para as transformações sociais e a sustentabilidade. Nesse ambiente, somam‐se
às funções tradicionais do engenheiro os novos atributos solicitados pela nova
conjuntura. Ele deve, durante toda a sua vida profissional, gerar, dominar e
empregar tecnologias, em vista da produção de bens e serviços que atendam,
oportunamente, às necessidades da sociedade, com qualidade e custos apropriados
(SALERNO, M. S. et. Al. 2013).
Porcentagem majoritária dos entrevistados se graduou em instituições
públicas, não sento, entretanto, muito discrepante as porcentagens entre ambas
as respostas (instituições públicas ou privadas), o que pode dever-se ao fato
de que as instituições públicas ministram o curso de Engenharia Química há mais
tempo em relação às instituições privadas.
As Tabelas 1 e 2 permitem uma análise mais detalhada acerca da relação
entre a faixa salarial e os outros aspectos detectados na pesquisa de opinião,
para que se possa ter uma visão geral das possíveis influências exercidas pelos
mesmos.
Conforme esses dados,
não há discrepâncias entre o sexo dos profissionais e o salário recebido, uma
vez que a quantidade de engenheiros que recebem os maiores salários é a mesma e
a maioria dos profissionais de ambos os sexos recebe a mesma faixa salarial (de
5 a 7 salários mínimos). Conforme esperado, a faixa salarial está relacionada
ao nível de especialização profissional, sendo que ambos os profissionais que
recebem os maiores salários efetuaram pós-graduação ou outra especialização.O mesmo é observado em relação à fluência em outros idiomas: nenhum dos
profissionais que considera essa fluência pouco relevante tem seus salários
entre as maiores faixas salariais.
Assim como o gênero, também não há discrepâncias em relação ao setor de
atuação profissional, uma vez que a quantidade de profissionais que recebem os
maiores salários é a mesma e a maioria dos engenheiros recebe a mesma faixa
salarial (5 a 7 salários mínimos). Contudo, percebe-se que os profissionais
graduados em instituições públicas recebem os maiores salários. Porém, deve-se
levar em consideração outro fator relevante, a faixa etária dos profissionais.
Conforme os dados apresentados, os profissionais que recebem os maiores
salários possuem mais de 40
anos, podendo-se inferir que possuem mais experiência no mercado de trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
SALERNO, Mario Sergio. et al. Tendências e Perspectivas da Engenharia no Brasil - Relatório EngenhariaData 2012 - Formação e
Mercado de Trabalho em Engenharia no Brasil. Observatório da Inovação e
Competitividade . Núcleo de Apoio à Pesquisa da USP. Abril de 2013. Disponível
em: <http://www.iea.usp.br/eventos/documentos/engenhariadata-2014-formacao-e-mercado-de-trabalho-em-engenharia-no-brasil-relatorio-2012>. Acesso em 11
de maio de 2014.
2.
PETROBRAS. Cenário da
Indústria de Energia. Profissões de Futuro. 2014. Disponível em: <http://www.profissoesdefuturo.com.br/cenario-da-industria-de-energia>. Acesso em 11
de maio de 2014.
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